Deu-se a chance de amar e se perdeu
lacrimejando sobre palavras árduas
afogadas num rio límpido de fábulas,
margeando o momento que se viveu.
A vida me deu a chance de amar
e a retirou sem a minha permissão
e negou, por hora a eu sonhar.
Num imbróglio sem simulação.
Desistir de amar é se resignar a
estar sobre devaneios. Perde-se
o direito de dormir e desvanece-se
sobre fantasias e sombras de outrora.
E assim roga-se por um novo direito,
um novo tempero, um apalpe fugaz,
até que a vida nos traz e felizes nos faz.
Até quando nossa conquista terá efeito?
E dá aquela chance, a vida nos dá...
e aquela chance que sempre dá,
e sempre nos deu. Mas porque
retira-se e assim tudo se consome?
Deixarei de amar no dia
que morrerei, porque a vida
não me dará mais nenhuma
chance de amar. Neste dia,
não poderei mais amar e amar,
por fim sonhar e lembrar.
E assim vivo perante as chances que a vida me deu.
Com sorrisos ou angustias respiro sob o ar de deus.
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