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Mostrando postagens de 2010

Amores de Olimpo

Sobre as opacas nuvens escondeu-se a aurora nesta manhã. Abalou-se o tempo. Sobre as mãos perante o rosto meus cabelos se umedeciam perante o choro dos céus, deuses do Olímpio que lacrimejaram pela descrença do lirismo e o mitismo, lamentavam. Apesar do céu cinzento ainda indagarei: Seria a paixão para poucos? A rija chuva negou, gotejou e gotejou, lavando o pulmão celeste à procura de um desejo de perdão. Não se pede súplicas, serão parcas as lembranças quando o céu abrir e consentirei: Um novo amor veio à calavo do Olimpo. E assim os deuses proclamam e me agradam.

Eram verdes de oliva.

Difamou sobre os ruídos e fez-se eco: “Sabe as pessoas olham nos olhos”. Cambaleante, olhei para os tais: Eram verdes de oliva, disfarçados pela midríase, languida vigília. As cores eram encobertas pela lascívia cegueira, pouco se via e apenas se ouvia. Escutavam-se alguns transeuntes, talvez dissentes, se esboroavam em brados perante a lírica dispersa sob lampejos travessos e dançantes, palavras – dançamos. Frases sob sossego – nos calamos. Um passe aqui e acolá, eram verdes de oliva sob a noite escura sem lua e sabiá.

Olhos, somente nos sonhos

Existe um lago em que meus olhos se apaixonam por seu ilustrado entorno. Sob raios definhados, extinguiu-se a cor verde do sonho. E no desperte contemplo a parca Iluminação emancipada do luar, E assim minha lírica caiu no sonhar. Não consigo ler na realidade translúcida. Preciso de luz e que alguém me conduz, até meu adocicado leito para que adormeça e volte a enxergar a pequena porção d´água sobre os meus pés, e meu ensejo se produz. Meu sorriso se abre e também o seu, já consigo te entrever ao meu lado, no Oasis de pensamentos errantes. Não quero levantar e nem vagar, sentado! Assim quero ficar e esperar até a noite chegar.

Eu vos agradeço

O vento sul que trouxe o inverno tocou o seu rosto num ambiente ermo, noturno e carreando rente ao mar os sussurros lentos e serenos. Chegou-se até seu o espírito a doce precipitação que fazia contraste com a sua origem, uma turbulenta sonata. Em idéias se embriagava, e a dose o fez cair em num sonoro torpor. Sentiu um vazio e um pouco de louvor. Agradecia o momento, e aquele presente. Agradecia a salgada água sobre os pés. Agradecia o pomposo tateio fluidificado. Sentado agradecia imobilizado e petrificado. O puro ar se transparecia em seu rosto, se condensava e se apresentava como seu próprio choro e o apossava de si, e se tornou assim, fruto deste confim.

Choro de uma campina

O leve palpar de uma brisa, que assim me volveu para terna lagoa do Paranoá. Asa norte, Asa sul, com estas asas posei numa terra que já foi sem dono. Vasta campina, se sagrou como lar de nômades. Ah forasteiros! Saíram de suas terras e aqui ficaram. Minhas pernas se negam a fixar neste planalto central, a nossa capital! Capital do choro como não podia ser diferente e transcendente! Uma saudosa estadia que fez-me lacrimejar de euforia. Assim deixei Brasília, no saudoso clube do choro.

Entre nós existe a lua...

Entre nós existe a lua, reluzindo minha face e abrandando um choro de um banjo. Entre nós existe à distância, a solitude noturna e as charnecas soturnas, porém tenho esperanças. Entre nós existe a saudade, pensamentos por fins próprios que margeiam a ingenuidade do amor imenso e inglório. Entre nós existem as cartas, palavras de dizeres fartos que nos alegram e nos despertam dos sonhos que nos carregam. Entre nós existe o passado, tocável somente em líricas com linhas entreabertas... também penso no futuro. Entre nós existe o mito, o fito de um mundo foragido; o torpor me enfraquece em devaneios que te enaltece. Entre nós existe a lua... Entre nós existe a lua... Cheia que versou lágrimas em tua fuga.