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Mostrando postagens de novembro, 2010

Amores de Olimpo

Sobre as opacas nuvens escondeu-se a aurora nesta manhã. Abalou-se o tempo. Sobre as mãos perante o rosto meus cabelos se umedeciam perante o choro dos céus, deuses do Olímpio que lacrimejaram pela descrença do lirismo e o mitismo, lamentavam. Apesar do céu cinzento ainda indagarei: Seria a paixão para poucos? A rija chuva negou, gotejou e gotejou, lavando o pulmão celeste à procura de um desejo de perdão. Não se pede súplicas, serão parcas as lembranças quando o céu abrir e consentirei: Um novo amor veio à calavo do Olimpo. E assim os deuses proclamam e me agradam.

Eram verdes de oliva.

Difamou sobre os ruídos e fez-se eco: “Sabe as pessoas olham nos olhos”. Cambaleante, olhei para os tais: Eram verdes de oliva, disfarçados pela midríase, languida vigília. As cores eram encobertas pela lascívia cegueira, pouco se via e apenas se ouvia. Escutavam-se alguns transeuntes, talvez dissentes, se esboroavam em brados perante a lírica dispersa sob lampejos travessos e dançantes, palavras – dançamos. Frases sob sossego – nos calamos. Um passe aqui e acolá, eram verdes de oliva sob a noite escura sem lua e sabiá.