Pular para o conteúdo principal

Aeroportos




  • Terminal aéreo, posso assim classificá-lo? Ou ditando popularmente de aeroporto; ah acabo de deixá-lo, pegando o ônibus conexão, “Aeroporto Belo Horizonte – Confins. Conexão, esta palavra me traz boas idéias, conexões de transporte, de imagens, tempos e situações que acabam deixando marcas, tal como a saudade. Familiares se abraçam sussurrando o adeus temporário e outros festejam a chegada de seus entes, e os sozinhos refletem no seu caminho e no seu destino.

  • Não sei o porquê os Aeroportos tornaram-se mais tocantes no quesito de lembranças, se eu fosse comparar com as rodoviárias. Estou certo que nestes estive bem mais freqüente, dado que estou estudando há cinco anos fora. Porém a cada palavra que eu escrevo, neste pequeno texto, venho buscando fragmentos para esta pequena dúvida.

  • Nostalgiante seja averiguar minha cidade em pleno vôo, com um olhar poderia abraçar aquela imagem pequena, como uma diminuta maquete arquitetônica, de onde se passa ou se passaram risos, abraços de amigos que não recaem em esquecimentos em minha lembrança.

  • Ah Vitória como você me tocou no momento em que lhe vi do alto, tanto na ida como na partida, seu contorno azul me trouxe a paz, a serena tranqüilidade de recordar... Este adorno costeiro me fez lembrar de tantos momentos de calma e reflexões em que ao seu leito estive com um amigo a discutir e correr para fazermos exercícios... Ah como essas conversas faziam-nos argumentar de assuntos que nos incomodavam, de acontecimentos, de alguns amores e tão como assuntos sobre a faculdade, meu maior pecado foi deixar este recinto de lado, falar sobre ele era sempre, mas sempre de maneira secundária.

  • Vejo que me desvirtuei um pouco ao tentar em me explicar porque o aeroporto se tornou tão aprazível, e numa pequena parcela disto me devaneei numa meditação de um querido lugarejo. Esta é uma lembrança entre outras, tal como o encontro de pessoas que com certeza se sabe que não poderão mais encontrá-las, destas me lembro de três alemães simpáticos no Charles de Gaulle, e de uma peruana no Galeão, que me fez render um bom papo sobre livros e sobre a musica latino-americana, não por minha parte e sim estava totalmente a escuta das dicas dela. “Que leres?” Acho que foi assim que a gente se conheceu, e achei tão singelo o jeito que ela me perguntou ao comer algo, o que se significava peru, pensando talvez se o prato de comida dela se fazia de alguma forma referencia ao seu país.

  • Estes terminais me fazem lembrar também de alguns fatos inusitados, tal como o dia em que me perdi no “Charles de Gaulle” e no dia em que vi argentinos chegando a Belo Horizonte para ver um jogo da final da libertadores e quando estive no aeroporto da cidade de Lima, no Peru, eu e um amigo, tivemos que acudir meu pai que pisou em falso num buraco no estacionamento, torcendo o seu tornozelo.

  • Há também lembranças que já caíram no esquecimento, devida a pouca idade, mas é lembrada pelos pais, me afirmaram que depois de ter passado alguns anos no Canadá soltei algumas frases como: “Perdi meu casa”, “Perdi meu pillow” e reclamei também, não lembro como, sobre o esquecimento do meu chapéu de bombeiro que tanto gostava.
  • Termino este texto com minha chegada em Belo Horizonte, especificamente na Rua Alvarez Cabral, depois de ter deixado o terminal de Confins. Distâncias, locomoções e agradáveis contatos trazem saudades e enriquecem nossas lembranças, espero assim semeá-las cada vez mais!

Comentários

Priscila Milanez disse…
Carregado de saudade e tanta coisa... Nostálgico. bonito.

beijos
Priscila Milanez disse…
Atualiza! rs

Postagens mais visitadas deste blog

Moinho

Força de vontade, é que venho demonstrar nessas rasas linhas, para que um post mais inútil? Palavreado tosco e um sujeito que se aparenta quase sempre indeterminado, deformado e ao mesmo tempo mesclado. _Mesclado?_pergunto a mim mesmo. Sim, mixado de idéias , de imagens e de situações, que dispoem a minha pessoa a transgredir, a fixar no meu eu! Um imenso moinho, "c' est moi !", Como a senhorita wikipédia diria (escrevo perante o pc ): "Um moinho é uma instalação destinada à fragmentação ou pulverização de materiais em bruto", material bruto meu caro, cabe a ti transformar essas escórias em pensamentos concretos e na sua reverenda comoção, conquanto transmutam em memórias e sentimentos. Não obstante, volto a citar minha reluta ingratidão de prosseguir com este jogo de conceitos, estou fatigado, a colheita foi desfavorecida pelas condições climáticas, o forte vento e as marés revoltosas foram de desgastar minha mecânica. Agora num ritmo mais lento, me sinto ...

Me julgue

_Não sei por que menti ou porque me juntei à devassa, talvez por causa do receio e da presente incoerência. Na hora não senti o acaso, porque foi escasso o arrependimento; acho que é lógico, este baque é provido de terror e o faz sentir como se o fosse, acrescentando que você próprio seria o dono da verdade, uma grande mediocridade. _Afinal, um erro seria tão possível de mudar seus desejos gerando um recuo? Por mais que eu queira mudar algo, tu terias que julgá-lo para fazê-lo transformar. Mas eu o fiz, um sórdido acaso, e agora eu carrego seu chulo descaso. Não peço perdão porque sei que seria em vão, mas ainda planejo em te encontrar para conversar em algum saguão; o lugar pouco me importa, pois me abstêmio de sua prioridade como sabes e torço por sua disponibilidade. _Não sei por onde começar, se te procuro ou se te continuo a escrever, porque sei que certamente meus escritos não teriam a sua resposta e ainda não sei se eu seria bem vindo, acho que desejar a hospitalidade já seria d...

Polígonos

Somo feitos de segmentos, para que uma frase tão seleta? A reta é menor distância entre dois pontos, todavia tu forças-me a curvar numa figuração severa. A obliqüidade é composta por traços, retilíneos decerto, basta observar com uma lupa, e com a atenção, o itinerário se torna não-diametral. Gostaria que tu seguisses o menor caminho, sendo que o desgosto tu não o tinhas. Quadrados, arcos, círculos, tetraedros, hexágonos, triangulos, cilindros, esferas, pense na geometria; consegue imaginar a esse credo? Elas se figuram por todas as dimensões, mas a ela eu digo que tu se encontras na primeira, não há dificuldade e complicação, um rabisco sem largura, sem altura, e seus problemas para mim não tem profundidade. Agora me diga em que plano me situo para ti? Estou curioso. Ah como adoro as suas formas, elas tangem meus pensamentos por n-lados. Até a cigana saboreou por ler sua mão, mas que belos traços, ela nos disse! Nisso eu não vejo nenhum fetiche. Por enquanto estamos afastados, como do...